Introdução do livro
O período compreendido entre a libertação de Nelson Mandela, em 1990, e sua eleição para presidente, em 94, foi um dos mais violentos da história da África do Sul. A euforia gerada pela libertação do líder negro foi acompanhada de uma intensa onda de terror. O governo branco sustentava que os distúrbios eram fruto da luta travada entre o CNA (Congresso
Nacional Africano), de Mandela, e o Inkatha, partido separatista zulu. Anos depois, ficaria provado que os assassinatos eram planejados pelo governo a fim de abalar a sustentação do CNA e impedir a vitória do partido na primeira eleição em que brancos, negros e coloured votariam em igualdade de condições.
Trabalhando para jornais do país e agências internacionais, os amigos Ken Oosterbroek, Kevin Carter, João Silva e Greg Marinovich fotografavam os conflitos na periferia de Joanesburgo. Os quatro ganharam um apelido de uma revista sul-africana: Clube do Bangue-Bangue - rótulo a que resistiram inicialmente, mas que terminaram por assumir.
As fotos do Clube contribuíam para chamar a atenção do mundo para o que ocorria na África do Sul e receberam prêmios internacionais, como o Pulitzer. Mas os quatro fizeram, cada um a seu modo, uma descida aos infernos. Unidos pela terrível experiência de registrar os massacres, eles experienciaram um profundo dilema ético: quando se presencia um assassinato, é melhor socorrer a vítima ou fotografar? Dilacerados pela violência extrema e pela obstinação em obter a melhor foto, cumpriram trajetórias distintas, mas marcadas pela mesma dificuldade: lidar com a impossibilidade de registrar os acontecimentos e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas em perigo.
As fotos do Clube contribuíam para chamar a atenção do mundo para o que ocorria na África do Sul e receberam prêmios internacionais, como o Pulitzer. Mas os quatro fizeram, cada um a seu modo, uma descida aos infernos. Unidos pela terrível experiência de registrar os massacres, eles experienciaram um profundo dilema ético: quando se presencia um assassinato, é melhor socorrer a vítima ou fotografar? Dilacerados pela violência extrema e pela obstinação em obter a melhor foto, cumpriram trajetórias distintas, mas marcadas pela mesma dificuldade: lidar com a impossibilidade de registrar os acontecimentos e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas em perigo.
Ken Oosterbroek morreu durante uma batalha na cidade-dormitório de Thokoza, em 1994. Kevin Carter suicidou-se aspirando a fumaça de seu carro. O sul-africano Greg Marinovich e o moçambicano João Silva sobreviveram, e refazem em O Clube do Bangue-Bangue uma história que permite entender os lances mais violentos de um combate selvagem e dá contornos tão humanos quanto dramáticos ao dia-a-dia de um correspondente de guerra.
Este livro é de grande importância para os estudantes de jornalismo, pois ali se encontram lições importantes para quem quer ser repórter ou repórter fotográfico.
O livro " O clube do bangue bangue" narra a história trágica da África do Sul no período de 1990 a 1994, este foi o tempo de duração da soltura de Mandela até a primeira eleiçao democrática do país. Estes acontecimento causaram mais de 14 mil mortes.
Um dos aspectos mais importantes para os estudantes de jornalismo é a questão ética da profissão. Em uma das partes mais interessantes do livro, o fotografo Greg conta que ao tentar fotografar uma criança de nove meses que foi morta com uma facada na cabeça (e a lâmina ainda estava lá) ele encontrava dificuldade para encontrar a luz necessária, e pediu para que a tia da criança ficasse em frente da janela para impedir a entrada do sol, o que permitiria, enfim, que a foto fosse feita. Mesmo assim ele mostra seu descontentamento, dizendo que foi um erro ter manipulado a cena daquela forma. Bom, se esse fosse o único problema ético do jornalismo, até que estaria ótimo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário